RELAÇÃO E COMPORTAMENTO

05/05/2015 18:37

Segundo J.L. Moreno, o Homem é um ser que não vive sozinho, uma vez que está sempre inserido num grupo, é um ser que vive em relação a alguém ou alguma coisa.

Pensando nisso, hoje falaremos sobre relacionamento e comportamento humano.

Para este assunto recorremos a psicologia, que é uma ciência que estuda o comportamento humano e animal nas relações com o meio social, além de estudar os processos mentais, incluindo os pensamentos e as emoções.

Vocês já pararam para observar o comportamento de uma criança? Se observarem irão perceber um ser totalmente livre.

Nos primeiros anos de vida ela é liberta de vergonhas, preconceitos e receios. É um ser curioso, explorador, que quando quer algo vai em busca, mesmo caindo, tropeçando, dificilmente desiste. Porém, à medida que cresce, toda esta espontaneidade vai sendo bloqueada, surgem sentimentos como medo, vergonha, entre outros. Por que isso acontece?

Além de fatores genéticos, o meio ambiente também tem forte influência na formação da personalidade do indivíduo. A necessidade de adaptar-se às normas sociais faz com que a criança escute repetidas vezes frases como: "isso é feio", "não é certo", entre outras. A forma como isso acontece irá influenciar na formação desta personalidade, bem como as experiências positivas e negativas que vai vivenciando durante os primeiros anos de vida.

Tudo isso faz com que crie crenças limitante ou lógicas de conduta, que a tornam insegura, que a impedem de enfrentar situações novas que possam tirá-la da sua zona de conforto. Dificultando a busca de seus sonhos, seus objetivos, seus desejos na vida adulta.

Como encontrar a felicidade diante de uma situação como esta? Um grande mestre da formação em psicodrama, Antônio Pontes, que infelizmente não mais se encontra entre nós, dizia que para a maioria de nós, a maior felicidade ou infelicidade está no encontro ou desencontro com o que almejamos ou desejamos. Por que isso? Para Pontes, a resposta é simples, porque estamos geneticamente programados para, durante toda a nossa existência, estabelecermos laços afetivos com outros seres humanos ou, eventualmente, com outros seres vivos, com objetos ou lugares. Isso acontece porque existe um comportamento, que faz parte da existência do ser humano, que é o APEGO.

Mas, infelizmente, como vimos, é praticamente impossível passarmos pela vida, desde a infância até a vida adulta, sem vivenciarmos algumas situações "traumáticas". Quem nunca viveu algum tipo de conflito? Alguma separação? Alguma perda? Enfim, todos nós em algum momento da vida, já passamos por algumas dessas situações.

Quando, na infância, passamos por uma destas situações que causam forte sofrimento, surge um mecanismo, que na psicologia chamamos de mecanismo de defesa, que nada mais é do que uma defesa do nosso organismo, que tem a função de nos proteger, de amenizar a dor causada por esta situação. Porém, o alívio é momentâneo e pode deixar dores não expressas, que não foram colocadas para fora, que não foram vividas, impedindo a cicatrização de algumas feridas.

Com isso passamos a internalizar conflitos que provocam contradição entre o que pensamos, sentimos e fazemos. Essa situação nos atrapalha em diversos aspectos da nossa vida: nas relações profissionais, afetivas e familiares. Uma vez que esses conflitos emocionais não resolvidos dificultam a percepção que temos de nós mesmos e do outro.

Talvez você esteja se perguntando: "ok, mas como resolver isso agora?", para algumas pessoas somente através do processo psicoterapêutico ela conseguirá mudar e se livrar dessas amarras que a impedem de ir em busca de seus sonhos e desejos, de caminhar na vida. O processo de coaching também já se mostrou eficaz em alguns casos.

Posso dizer que é necessário identificar seus desejos, o que o impede de seguir, a visão que tem de si mesmo e buscar um antídoto para esta limitação, ou seja, desbloquear a sua espontaneidade, para conseguir dar uma resposta nova e adequada para esta situação.

Odaice Formagge

Psicóloga, Psicodramatista, Coach

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